Revolução francesa, quando será a brasileira?

Revolução francesa, quando será a brasileira?

26/02/2017 1 Por Leo Monteiro

Depois dessa semana, não há como negar que os franceses são os estrangeiros mais competitivos do planeta quando trata-se de muaythai profissional. Estão, por razões óbvias, atrás somente dos tailandeses.

No muaythai amador os russos, juntamente com ucranianos e bielorrussos dão as cartas. Para os mais novos vale explicar que até 1991, todos faziam parte do mesmo país, a antiga União Soviética. Mas falaremos do avanço russo noutra ocasião.

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Voltando para Bangkok, os franceses chegaram e passaram o rodo. 

Vamos começar falando do promotor, Jean Charles Skarbowsky. É um dos caras que mais me inspirou quando estava começando, via seus vídeos e me impressionava seu tempo de reação que me lembra Anderson Silva, Mayweather ou Saenchai (guardando as devidas proporções).

Contemporâneo dos também franceses Dani Bill e Dida Diafat, ele foi 15 anos atrás como foi Demian Alamos (também francês). Também foi da mesma época do Ramon Dekkers, o único não francês totalmente respeitável do grupo acima. 

Lutou com todo mundo, ganhou, perdeu, foi rankeado #1 do Rajadamnern, mas não sei se chegou a disputar o cinturão. E se hoje é difícil ser aturado pelos tailandeses, ha 15 anos era pior. 

Por ser um cara admirado no estádio, ele conseguiu fechar essa parceria como promotor e trazer o tradicional evento Best of Siam para ser disputado aqui em Bangkok. Fez um card justo, colocou thais duros para as lutas principais. E também o melhor francês dos últimos anos para lutar pelo cinturão 147lb do estádio contra o atual campeão.

 

Fabio Pinca é pra mim o melhor gringo do circuito. Já lutou com todos os tailandeses antigos, com os novos, foi um dos poucos que já lutou no CH7, ganhou o 1º Thai Fight, WBC… e agora veio a cereja do bolo. Primeiro francês a ser campeão do Rajadamnern AQUI.

Teve também o talentoso Jimmy Vienot de 21 anos, eleito o melhor lutador francês de 2016. Com cara de bom moço e inofensivo, no último ano ele venceu: Yodpayak, Chanajon, Sudsakorn, Neto, e agora passou como um tanque de guerra por cima do Denpanom pelo cinturão WBC. Parece que ele teve uma única derrota em 2016 para o Yodvicha em Paris.

Numnoi, o dono da academia Singpatong que treinou e promoveu Demian Alamos, tornou-se promotor do Lumpinee. No seu último show adivinhem quem ele trouxe para a luta principal? Mais um francês, Rafi Singpatong.

Morando na Tailândia há pelo menos uns 5 anos ele vem bem no circuito. Chegou a final de um torneio no Omnoi, disputou cinturão do Lumpinee e está fazendo frente aos tailandeses. No main event do Lumpinee conseguiu sua revanche e venceu Simuangpai por 50:47 por um dos juízes. 

E tem mais. Última madrugada tivemos o Glory, tradicional evento de kickboxing, que trouxe a estréia de Antoine Pinto no evento. Se bem que ele está mais para tom yam e somtam que foie gras e champagne, mas foi lá em Chicago e fez a lição de casa. Qualidade técnica e experiência ele tem de sobra com suas quase 200 lutas, o problema é o peso. Não consegue mais descer para 70kg e é pequeno para 77kg, mas a primeira luta deu certo.

Emplacaram um promotor, um cinturão do Rajadamnern (título que ficou na cinta do Jos um tempão), um cinturão WBC, uma luta principal no Lumpinee, e uma vitória no kickboxing. 

Percebo que o franceses eram há 15 anos como nós brasileiros somos hoje em dia. Temos poucos talentos que conseguem algum sucesso na Tailândia. Hoje em dia os franceses acertaram o trabalho de base, e estão criando muitos monstros por lá.

Vou descobrir e investigar como eles fizeram para sair dessa fase do alguns, se acertaram, e tornaram-se essa potência. Seja lá qual mudança revolucionária eles fizeram nesses últimos 15 anos, deu certo. Concorda? Discorda? Opiniões são sempre bem vindas, só deixar nos comentários. Se quiser mensagem privada pode mandar no facebook ou instagram @leoamendoim ou email no leo@yoksutai.com

E se não conhecem esses caras que eu citei acima, assistam, principalmente o Skarbowsky.