Os cães ladram mas a caravana não para

Os cães ladram mas a caravana não para

16/12/2017 0 Por Leo Monteiro

Acabamos de completar dois anos de muito trabalho com o Yoksutai e esse provavelmente será meu último texto de 2017. Sempre fiz o que pude para fortalecer o muaythai brasileiro, recepcionando pessoas, idéias, seminários, divulgando e ajudando lutadores. Faço o que está ao meu alcance mas sempre haverá insatisfeitos, comigo ou com o esporte, que apesar de tudo melhora a cada ano.

Semana retrasada foram as bolsas, na outra os promotores, na outra a união dos lutadores, na outra… a panela do Yoksutai. Sim, sobrou pedra até para nós.

Pessoal antes da minha geração treinava sem equipamentos de proteção e pagava para lutar. Minha geração tinha equipamentos, mas lutávamos apenas kickboxing. A atual geração cresceu lutando muaythai, sem inscrição, alguns eventos com bolsas, estádios, lutas todos os finais de semana, vídeos, mídia e mesmo assim não está razoável. 

Entre as reclamações, de clubismo e favorecimento, há seu fundo de verdade. Sempre fico sabendo das notícias de pessoas próximas, já os mais distantes precisam me avisar, caso contrário, a chance de encontrar sua notícia num post aleatório via Facebook ou Instagram é remota. 

Estamos crescendo e um dia teremos uma equipe grande para apurar todos os fatos e eventos, mas por hora é impossível. Sou responsável por todas as notícias, vídeos e iniciativas do Yoksutai, não tenho como ficar procurando atualizações nas mais de 20 mil pessoas conectadas a mim por alguma conta. Costumo ficar sabendo dos maiores eventos, tanto no Brasil quanto na Tailândia, e só. Se não temos ligação nenhuma ou lutou fora dos centros, provavelmente não ficarei sabendo. Aí só rezando para a fada do algoritmo jogar sua notícia na minha timeline. 

Um tempo atrás andei fazendo uma campanha para as pessoas enviarem e-mails com notícias, mas sem sucesso. De novo fica o pedido, se aconteceu algo, escreva (marketing@yoksutai.com) e envie-nos contando onde foi o evento, uma foto, quem organizou, como foram as lutas e os resultados. Faça a sua parte e pode cobrar a nossa. Sendo algo relevante, em 95% dos casos é publicado.

Quem me conhece sabe dos meus valores e se quisesse dinheiro a qualquer custo, oportunidades não faltariam. Para os que não convivem comigo, acho interessante uma explicação às pessoas que gostam das iniciativas e do conteúdo do Yoksutai. Faço isso porque realmente gosto e acredito que o esporte pode salvar pessoas e brigo por melhores oportunidades para todos. Poderia estar ganhando muito dinheiro aceitando algumas das diversas ofertas que recebo para trabalho, mas optei por trabalhar para nossa comunidade ganhando muito pouco.

Talvez tenha sido uma escolha errada, mas não me arrependo e me diverti muito nesses anos. Conheci outras pessoas, falei de lutas praticamente todos os dias, tive que pesquisar muito para escrever os roteiros e sempre recebo várias mensagens de pessoas que são tocadas pelo conteúdo do site. Estou morando há 10 anos na Tailândia, veio gente, foi gente embora, e continuo aqui aprendendo, porém se já aprendeu tudo, o Yoksutai não é para você.

Agora se está disposto a conhecer mais sobre o muaythai, pode vir que terá muito material informativo sobre o mundo do esporte. O fluxo não vai parar ou diminuir prejudicando nossos mais de 11.000 seguidores e 90 Caveiras. 

Se o problema não é conteúdo mas as indicações para melhores do ano sinto muito, não há o que fazer. O público indica os nomes, os caveiras VOTAM selecionando 3 finalistas e a redação decidirá o vencedor. 

Caso ache que nossa eleição é injusta, vire caveira e participe da votação e faça a diferença. Mas já aviso que seu voto vai valer tanto quanto o de qualquer outro membro e será respeitado (vejam o quadro). Na democracia do Yoksutai funciona assim e bater panela não vai mudar porra nenhuma por aqui.

Aos citados a melhores do ano, aos treinadores que trabalharam e tomaram muitos chutes nos braços produzindo campeões, aos Caveiras que apoiaram sem falhar, aos organizadores de eventos que mesmo tomando prejuízo ofereceram palco para nossos galos brigarem, aos lutadores que sofreram muito e estão se organizando, ao demais parceiros de mídia como Acervo Thai, Foto Pelea, além dos novos, Buffalo Girls, Poderosas Fight, Sulthai, o quadro Superbrutas que trouxe um pouco da temática feminina para o esporte, parabéns! Nós que trabalhamos muito pelo muaythai, praticamente de graça, fizemos a diferença em 2017.

Críticas são sempre válidas, mas quais são as soluções? Como melhorar o que está ruim? Como trazer verba, melhorar as bolsas, monetizar o esporte e as mídias? Se tiver alguma ideia ou solução pode deixar nos comentários e que venha 2018, porque os cães vão continuar a ladrar mas a caravana não vai parar. 

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