Lumpinee confirma 72 casos de Covid-19 em evento e o impacto direto no muaythai
24/03/2020De acordo com Organização Mundial de Saúde, vivemos uma pandemia de COVID-19 que já matou (até hoje dia 23.03) aproximadamente 15.000 pessoas no mundo e 25 no Brasil.
Apesar de ser pouco perigoso para adultos saudáveis, o contágio pode ser letal para idosos e pessoas com condições respiratórias. Como aconteceu nos demais países atingidos, com a aumento do número de casos, o sistema de saúde ficou sobrecarregado, sem leitos e médicos.
Para conter o avanço das contaminações, concentrações de pessoas e atividades de lazer como academias estarão fechadas pelas próximas semanas, eventos e aulas particulares foram canceladas, atletas estão parados.
Marcos Camilo suspendeu a próxima edição do War e reavaliará a situação em meados de abril:
“Já tenho muitos ingressos vendidos, mas acabando a quarentena precisaremos dar um tempo para os atletas treinarem. A galera q já não vive uma situação financeira favorável, vai voltar pior depois dessa crise” comenta o promotor.
Os lutadores, que na grande maioria são trabalhadores autônomos, não contam com a segurança de um trabalho formal e ficarão sem renda pelos próximos meses. Para os proprietários de academias, aluguéis, funcionários e academias fechadas serão um baque para os empresários.
Para os promotores de eventos, foi suspensa a emissão dos alvarás de funcionamento de shows visando evitar aglomerações:
“Evento adiado, Maximum parada, academia [King Thai] fechada e espero que as pessoas tomem ciência da gravidade da situação, que não brinquem. Principalmente na Europa as pessoas brincaram sobre o que estava por vir e acabou dando no que deu.
No Brasil tem muita gente brincando com o assunto, não estão acreditando e só vão entender quando a água bater na bunda, quando alguém da família acabar contaminado com o final triste. Primeiro precisa acontecer para só então as pessoas acreditarem” alerta Leandro Longo, organizador do Maximum Muaythai
Os principais estádios da Tailândia estão fechados. Lumpinee e Rajadamnern funcionaram alguns dias com portões fechados, mas para evitar contágio nas academias, visto que os lutadores precisariam continuar treinando e interagindo, o governo emitiu um decreto fechando academias e facilidades esportivas até o final do mês.
Segundo a mídia tailandesa, foram confirmados 72 casos de contágio dia 6 de março no Lumpinee, no mega-evento que contou com o brasileiro Julio Lobo empatando com Chado numa das lutas preliminares.
Os números podem ser maiores visto que aproximadamente 5.000 pessoas estavam confinadas no ar condicionado do estádio e muitos, apesar de infectados, podem estar disseminando o vírus mesmo sem apresentar sintomas.
“Geral parou de treinar e desde quinta-feira encerramos as aulas. As finanças deram aquela quebrada de leve e agora é torcer para isso melhorar até o mês que vem e que a gente consiga voltar a trabalhar logo senão… ” comenta Felipe Moraes, professor particular de muaythai.
O UFC cancelou suas próximas 3 edições mas promete que manterá a disputa de cinturão entre Khabib Nurmagomedov e Tony Fergusson marcada para 18 de abril. O mandatário da franquia, Dana White, diz que está alimentando 350 famílias e que o show deve seguir:
“Em tempos como esses as pessoas precisam de algum entretenimento e se o UFC encontrar um jeito de fazer isso sem colocar as pessoas em risco, nós vamos fazer. Las Vegas está completamente fechada, cassinos fechados, não sei como fazer, mas estou tentando resolver os problemas.”
Apesar das competições estarem suspensas no mundo todo, uma competição em meio a pandemia obrigará os atletas a manterem-se treinando, ativos e expostos ao Covid-19, o que pode aumentar o risco de contágio e provocar baixas no evento.
“A gente só pode pedir para isso passar rápido, que as pessoas se cuidem para a vida seguir normal. A torcida é para que as pessoas se conscientizem para que ninguém precise perder um amigo ou alguém querido” conclui Leandro Longo.
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